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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Castelo desabafa e afirma que foi 'massacrado' pela Mirante


O prefeito João Castelo (PSDB) resolveu romper o silêncio e, em longa entrevista à TV Guará, fez um contundente desabafo, dizendo que, durante quatro anos, foi vítima de uma “campanha irracional” do grupo Sarney, através do Sistema Mirante de Comunicação.

“A barra foi pesada contra mim. Fui massacrado durante quatro anos pela TV Mirante. Eles fizeram uma propaganda negativa para desconstruir a imagem do prefeito. Porque era difícil desconstruir a imagem do João Castelo. Eles não conseguiram me avacalhar, porque o povo me conhece e me respeita. Tenho 42 anos de política e continuo de mãos limpas. Então, eles quiseram desconstruir a imagem do prefeito e, na campanha, pesou esse massacre que sofri durante quatro anos”, declarou Castelo.
A entrevista, concedida ao jornalista Américo Azevedo Neto, no programa “Avesso”, foi ao ar na noite de terça-feira (25) e terá reprise nesta quinta (27) às 23 horas, horário local.
“Já estão fazendo com o Edivaldo [Holanda Júnior, prefeito eleito de São Luís] a mesma campanha que fizeram comigo”, advertiu Castelo. “Pelo que estou vendo, a campanha vai começar contra ele, como fizeram contra mim. Vamos ver até onde ele vai ter estrutura para aguentar e enfrentar isso, sem experiência, com um grupo político instável. Basta lembrar que, além dos ataques na mídia, o governo escalou na Assembleia Legislativa um capacho de segunda classe para me agredir durante quatro anos”, declarou o prefeito.
Ele fez um balanço de sua administração, durante a entrevista, e teceu comentários acerca da parceria, já no final do seu mandato, com o governo do Estado para desafogar o atendimento nos Socorrões da capital. Castelo chegou a elogiar o secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, que mobilizou esforços para amenizar a situação de dificuldade enfrentada na rede municipal de urgência e emergência de São Luís.
“O Ricardo, que é um sujeito arrogante, uma caixa de surpresa, um dia está alegre outro triste, entendeu que o interesse do povo é maior e que a Prefeitura não tem como enfrentar essa situação sozinha”, explicou Castelo.
A maior surpresa da entrevista foi quando Castelo se referiu ao ex-aliado de partido, o ex-deputado federal e vice-prefeito eleito da capital Roberto Rocha. O tucano criticou o fato da rádio de propriedade de Rocha ter feito, segundo ele, campanha ostensiva contra sua candidatura. “Ele não se comportou de forma adequada comigo, de maneira correta como deveria ser, eu tenho é pena dele”, estocou Castelo.
Instigado sobre seu futuro político, o prefeito negou que irá se aposentar. “Sou candidato a continuar na política para ajudar aqueles que querem ajudar o Maranhão. Não falei em aposentadoria; falei que iria descansar. E que nestes próximos anos vou me dedicar mais à família e começar a escrever um livro sobre minhas memórias. Mas não vou me ausentar de nada, até porque sei da importância do nosso partido e do nosso grupo político”, frisou.
Questionado sobre qual posicionamento irá tomar em relação à eleição para o governo do Estado em 2014, Castelo ponderou que ainda é muito cedo para qualquer decisão. “A política é muito dinâmica e muda dependendo das pessoas envolvidas. Temos que esperar um pouco mais pra avaliar o quadro. E eu não conheço terceira via; acho que até lá várias vias podem surgir”, declarou.
Durante a entrevista, Castelo fez declarações fortes contra alguns membros da cúpula do PDT e ex-aliados, como Roberto Rocha. Ele revelou que irá ingressar na Justiça com um processo contra a emissora de rádio pertencente ao prefeito eleito: “É um crime o que a rádio do Roberto Rocha praticou esses meses todos contra mim. É algo altamente criminoso. Ele, dono da rádio e ao mesmo tempo candidato a vice-prefeito, me agrediu 24 horas durante a campanha, e mesmo agora, depois da eleição, continua me agredindo. Pois vamos preparar um processo crime contra ele. Não podemos deixar impune esse crime, uma molecagem dessa. Isso é uma falta de respeito contra o próprio povo. Todo mundo que ouve essa rádio fica enojado. Porque o que o pessoal faz lá, naquela dita rádio, dá nojo mesmo”.
“Mau caráter” – Com veemência, Castelo anunciou que vai recorrer à Justiça contra os ataques que tem sofrido da Rádio Capital e disparou duras críticas contra o vice-prefeito eleito: “O grupo deles, melhor do que eu, conhece o Roberto Rocha e sabe que ele é mau caráter e que realmente ele não merece confiança”.
Castelo foi enfático ao dizer que considera abominável a postura política de Roberto Rocha. “Ele vai ficar é encostado neste governo. Já está encostado, porque é conhecido. Eu tenho é pena dele!”, exclamou.
Na visão de Castelo Roberto Rocha é “daquelas pessoas que se conduzem mal, que não têm seriedade nem dignidade para se portar como políticos, que traem o seu partido, que traem os seus companheiros apenas por interesses mesquinhos”.
Oportunistas – Também em tom enfático, Castelo criticou o prefeito eleito, Edivaldo Holanda Júnior, dizendo que não se comunica com a imprensa e, o que é pior, está cercado de oportunistas e aproveitadores: “Aquele grupo não está querendo trabalhar por São Luís coisa nenhuma; está querendo é usufruir da política. O que eles querem é o pior daquela politicagem que eu sempre combati. É aquele mesmo grupo que, no começo da minha administração, me deu apoio, foi prestigiado por mim e depois todo mundo pulou do barco, porque ali só tem oportunistas e gente que não tem nem condições morais de exercer cargo público no Maranhão”.
Ao ser questionado sobre nomes indicados para compor o secretariado do novo prefeito, Castelo frisou que “muita gente de categoria não aceitou ser secretário e alguns, já indicados, pularam fora porque viram que não dá para trabalhar com esse pessoal”.
Avaliação do mandato – Questionado sobre o trabalho realizado na Prefeitura de São Luís, Castelo se referiu, por diversas vezes, às principais obras de sua administração: “Eu me sinto bem, tranquilo. Naturalmente, eu gostaria de ter podido concluir tudo aquilo que eu comecei, para que a cidade pudesse atingir mais na frente um nível muito superior. Mas quem manda em tudo isso é Deus e o povo. Eu gosto sempre de dizer que abaixo de Deus só o povo me comanda. Tenho certeza absoluta de que fiz o que foi possível fazer. Porque cuidar de uma cidade como a nossa, cuidar de um povo ainda muito carente, muito necessitado, não é coisa fácil. Principalmente quando não se conta com meios suficientes para resolver tantos problemas. Mas uma coisa conforta, o resultado, na minha maneira de ver, e na maneira de ver de mais de 225 mil eleitores que me honraram com seu voto, foi altamente positivo, porque senão eles não teriam dito isto nas urnas. Então me sinto confortado e muito feliz porque cumpri com o meu dever. Eu fiz pelo menos aquilo que Deus permitiu e que eu pude fazer”.
Parceria com o Governo do Estado – Ao se referir ao relacionamento com o governo de Roseana Sarney, Castelo também fez um relato contundente: “No começo do meu governo eu procurei inclusive conversar com a chefa do Executivo, a governadora, para que nós pudéssemos fazer um trabalho conjunto, para que a gente pudesse realmente compartilhar esses problemas todos. Não deu certo, infelizmente. E eu não entendi essa campanha toda durante quatro anos contra mim. Foi uma campanha muito irracional contra mim pelo Sistema Mirante de Comunicação. Eu acho que os interesses políticos dos comandantes do Sistema Mirante de Comunicação pesaram e foram mais fortes do que os interesse do povo. Mas a gente não pode reclamar, tem de jogar o jogo. Fiz o que foi possível e cheguei até aqui tranquilo, despreocupado e com a absoluta certeza de que continuei sendo um político independente, porque não sou puxado pelo beiço; sou um político que coloca o espírito público acima de qualquer interesse pessoal ou subalterno. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi que o grupo do governo escalou na Assembleia Legislativa um verdadeiro capacho de segunda classe para me agredir durante quatro anos. Isso é uma coisa inconcebível, mas que no Maranhão acontece. Lamento muito, gostaria que fosse diferente, como foi agora no final. O Ricardo Murad, que é um sujeito arrogante, mas como secretário de Saúde, entendeu os problemas da população e junto conosco somou para que equacionássemos os difíceis problemas do povo na área da saúde, e a coisa está fluindo bem. Política é isto: o povo tem de ser colocado em prioridade; o povo tem de ser a meta do trabalho de todos os governantes. Infelizmente, nem todo mundo pensa assim.
Saúde – Sobre a parceria para resolver em caráter emergencial a crise no sistema municipal de saúde, Castelo fez a seguinte revelação: “O que aconteceu é que agora, ao final de minha administração, eles enfim viram que ia morrer gente, porque a Prefeitura sozinha não aguentava mais aquela situação. A Prefeitura estava recebendo, por dia, uma média de 50 a 60 ambulâncias vindas de cidades do interior do Estado. O que o governo mais fez foi dar ambulâncias para as prefeituras do interior. Isto tudo abarrotava os Socorrões e a Prefeitura de São Luís não tem condições materiais e financeiras de aguentar tudo isso. Pois afinal o governo viu que ia morrer gente e que eles também seriam responsabilizados, eles resolveram fazer um trabalho conjunto com a gente em favor do povo. E isto poderia estar sendo feito desde o começo da nossa administração”, enfatizou.
Fonte: Jornal Pequeno


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